por Raquel Pinheiro
Aqui o David, aqui o Tiago e aqui o Alexandre focam-se no voltar a erguer edificado na “Avenida da Ponte”, frisando o Alexandre o Parque das Camélias, ali perto, não ter sentido no estado actual.
Diz o David “Não vejo outra oportunidade para construirmos 300 casas no centro histórico numa só investida.” Porque se haveria de construir mais casas, quanto mais 300, no Centro Histórico? O Centro Histórico é isso mesmo, Centro Histórico e centro turístico. Deixe-se com essas funções.
O Porto tem edificado, publico e privado, ao abandono por todo lado. Prédios de tamanhos e volumetria diversa aparecem como cogumelos em pontos vários da cidade, muitos ficado quase totalmente, ou parcialmente, vazios. Os tempos são outros.
Talvez seja altura de deixar de olhar para o Centro Histórico como futuro habitacional. Cuide-se das habitações existentes, mas fique-se por aí. A “Avenida da Ponte” é uma boa oportunidade para um espaço verde numa zona onde a poluição a todos os níveis é enorme.
Ao contrário do David, gosto da pedreira. O Parque das Camélias, pode, igualmente passar a ser um espaço verde, ou um espaço cultural que inclua árvores ou afins.
Quanto às paragens de Metrobus do Siza, são um pavor. A ideia de mais Siza, e Souto Moura do outro lado da Avenida da Ponto é muito pouco apelativa. Está na altura de deixar os arquitectos fetiche e super estrelas de lado. E de se começar a pensar a cidade como um todo e não como uma manta de retalhos. O Porto tornou-se um caos urbanístico sem lógica, praticabilidade ou sentido.
Precisamos de um novo modo de pensar a cidade, de um novo modelo de cidade. Que tenha em atenção a História, as alterações climáticas, o muito ao abandono, as reais necessidades habitacionais, os espaços verdes e de lazer.