Esta é uma boa oportunidade de construir, em diálogo online, esboços de propostas que possam servir de base à posterior elaboração de um caderno de encargos para um concurso de ideias que a Câmara Municipal do Porto venha a lançar. Tenho neste momento 3 preocupações/objectivos:
- que haja acção em tempo útil;
- que a participação da sociedade civil se concretize de forma eficaz;
- que não se limitem à partida, nesse concurso, as opções para aquele espaço (ou seja, tem de poder acomodar as propostas que já tenham surgido e outras que venham a aparecer, para se decidir depois).
A Avenida da Ponte (nome popular para a Avenida D. Afonso Henriques) não é, neste momento, um bom local para habitar, como bem escreve a Raquel. Mas está ao nosso alcance mudar radicalmente a situação, com construção de volumetria muito moderada, com apartamentos grandes (insisto nas famílias multi-geracionais e em co-living) e zonas colectivas aprazíveis, verdes qb., com reformulação da circulação automóvel e remoção das camionetas turísticas. A propósito, ainda fará sentido manter o viaduto de Duque de Loulé?
Eu moro no Centro Histórico e estou bem cá, mas podia estar melhor se a gestão desta zona fosse mais adequada. Na Avenida da Ponte não haverá as vistas que eu tenho das minhas janelas nas Escadas do Barredo, é certo. Mas haverá estacionamento (um dos requisitos indispensáveis) e acesso fácil. Será uma boa solução para quando precisar de habitação maior, por exemplo.
Brincando aos arquitectos, eis algumas ideias.
Não faz sentido manter duas vias paralelas para subir a avenida, como actualmente. Eu demoliria aquela zona assinalada a vermelho, tornando menos escura a entrada para a rua com esse nome, mesmo que aquele volume assim libertado fosse substituído parcialmente por construção nova. Desviaria o traçado da avenida para o representado pela seta azul, mantendo as estruturas do Metro assinaladas a verde (para evitar complicações e custos adicionais). Nesta configuração, demolindo o Mercado de São Sebastião, passa a haver bastante espaço a Nascente (à frente da escarpa) e Poente da avenida para nova habitação. E o que mais quiserem.
É importante que os futuros utilizadores participem no desenho desta parte da cidade, pois estarão assim a definir onde querem viver, onde querem trabalhar, por onde vão circular. Repensar a Avenida da Ponte não pode ser apenas projectar para terceiros, é tomar em mãos a reabilitação de um lugar que é nosso. Para que continue a ser nosso.