A propósito dos “edifícios de tipo moradia”, previstos no PDM do Porto e aqui referidos pelo Alexandre Burmester, deparei-me recentemente com publicidade a mais uns, projectados para o espaço verde interior de um quarteirão de Nevogilde.
Conheço relativamente bem a zona e é o que desconfiava: vão deitar abaixo o mostrengo que, não sei como, tinham há anos deixado plantar lá no meio. Fui recolher imagens ao Google Maps para ilustrar o resto deste texto, complementando as dos sites referidos.
Eu sei que há entrada pela Rua de Corte Real, mas é possível construir assim de novo neste local? Segundo o PDM, a classificação do espaço em vários aspectos é: “Área verde de elevado valor ecológico”, “Zona mista”, “Espaços centrais – Área de edifícios de tipo moradia”, “Espaço consolidado”. Concordo que é “de tipo moradia”. Neste caso talvez “de tipo moradia em banda”, uma vez que é um prédio onde cabe uma banda inteira de música.
E com isto descobri só agora que, segundo a definição actual do PDM, todo o bairro Rainha D. Leonor é, por maioria de razão, “de tipo moradia”. Claro que dantes lhe chamavam “de habitação colectiva”, ou “de blocos plurifamiliares”, e designações similares. Mas se calhar mal.
Com jeitinho, descubro também que se calhar morei durante muitos anos num “edifício de tipo moradia”: tantos “3 pisos” (e sem elevador, já agora) como os novos de Nevogilde, com logradouro permeável.
De facto, devíamos rever algumas designações actuais. Esta torre, por exemplo, também seria mais propriamente classificada como “de tipo moradia” porque, se virmos bem, não passa de várias moradias empilhadas umas em cima das outras.