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O NORTE começa em Aveiro. Para ser mais preciso, no conglomerado urbano-industrial composto por Aveiro-Ílhavo. Já as Gafanhas e praias são de outra natureza, já são Região Centro. As Gafanhas são a porta que se abre à grande e misteriosa planície de areias e de pinhal (e não só) da Gândara que se estende entre o Vouga e o Mondego. Há razões geomorfológicas, históricas (os processos migratórios regionais, por exemplo) e culturais para se pensar assim. A Ria de Aveiro é a charneira, no litoral, entre uma região e outra. Mas voltemos, portanto, ao NORTE. Toda a minha vida foi feita à volta do eixo Aveiro-Porto, um dos territórios com maior densidade populacional, económica e de redes de comunicações viárias e ferroviárias. Sempre foi, para mim, uma espécie de cidade linear. Portanto, como este blog pretende ser um espaço de discussão situado a Norte, não posso deixar de trazer para aqui, de vez em quando, qualquer coisa sobre Aveiro. E confio que não faltará por aí quem se disponibilize a contribuir com publicações dedicadas a outros Nortes.
Como este artigo de opinião foi previamente publicado no AVEIROMAG, deixo aqui apenas a citação do arranque e, caso tenham interesse, é só seguir o link para lerem o resto:
Por fim, devemos lembrar que a muralha, na verdade, não desapareceu e continua presente, prestando um serviço inestimável à cidade e à região. A pedra serviu, sobretudo, para construir e fixar a boca da Barra, uma obra que salvou a economia de toda a região. Mas não só: serviu também para construir o primeiro liceu do país concebido especificamente para esse fim. Muitos aveirenses talvez não saibam que a Escola Homem Cristo é um marco na história da arquitetura nacional por ser o primeiro edifício projetado de raiz como liceu. Celebrar as muralhas de Aveiro obriga-nos a uma leitura mais alargada do território, da paisagem urbana e da própria história. Não se pode evocar a muralha sem considerar essa densidade. Mais do que uma torre de fantasia que apenas assinala de forma lacónica a pré-existência da muralha, seria preferível demarcar o seu perímetro no solo, assinalando a localização das portas e postigos.