Não confundo a cidade do Porto com o FCPorto, mas as eleições que removeram Pinto da Costa são um bom sinal de que a cidade está viva e não se resigna.

Dizem que ele não merecia sair assim. Sim, teve grandes qualidades e sucessos. Esse mérito ninguém lhe tira. Mas também teve grandes defeitos, esqueceu-se de que os fins não justificam os meios. Permitiu e promoveu um ambiente tóxico inaceitável, ao longo de muitos anos. Mereceu esta saída. É pena.

80% de votantes em André Villas-Boas é um número espantoso, que revela até que ponto os sócios estavam fartos de ver o clube tomado de assalto por interesseiros e lambe-botas que, na realidade, traíam o próprio presidente ao omitirem o indispensável feedback que lhe teria permitido corrigir o rumo. Quem nestas eleições apoiou Pinto da Costa ficou com um cadastro que demorará muitos anos a branquear…

Pelo relevo que tem na identidade da cidade, esta reconquista do clube por parte do povo gera esperança. Depois de cumprida esta missão, talvez seja altura de passar à seguinte: fundir Gaia e Matosinhos no Porto. Se na prática estes três concelhos são uma única cidade, para quê manter-se uma estrutura administrativa dividida em 3 municípios distintos, criando dificuldades e demoras na gestão global deste território? A formalização desta realidade é o caminho natural para um Porto que é muito mais que o Porto actual. Pois, como acabou de se confirmar, a alma portuense mantém-se invicta.

Divulgar:

Publicado

em

por

Etiquetas: