Terminal de Passageiros no Douro

Como está tudo quieto e não há manifestação aqui pelo “NORTE”, trago aqui um tema que julgo deveria ser do interesse geral.

O assunto diz respeito ao Rio Douro e à sua exploração. Sou do tempo de assistir a uma grande azáfama junto ao rio, na altura de que o edifício da Alfândega ainda funcionava, que os Transportadores tinham a sua sede na Ribeira e que os barcos aqui aportavam quer ao cais do Porto como de Gaia. De repente tudo mudou, tudo passou para Leixões, Leça e claro Matosinhos, e o rio ficou votado ao abandono. Era triste de o ver sem barcos, sem movimento, sem pontes a cota baixa (como até hoje) e pejado nas suas margens de redutos de território, pertencentes à APDL, GNR e outras entidades que não vão embora, porque não largam o “osso” e mantêm pelas margens os seus quiosques quebrando a continuidade dos espaços públicos.

Sempre me manifestei contra essa situação e a favor da navegabilidade do Douro, das suas travessias, sejam em pontes sejam em embarcações, no geral algo que lhe trouxesse vida. Por isso sou daqueles que ficou contente com a exploração do rio com fins turísticos e que, através da Douro Azul, veio animar e dar uso e turismo ao rio. Naturalmente temos que aturar com qualquer coisa, desde os Barcos Rabelos a Diesel, como até uma Nau Catrineta que por aí anda, e isto sem falar de um autocarro anfíbio muito mal caracterizado que mergulha nas suas águas.

Surpreendentemente soube em tempos, como aliás o povo em geral, da existência de um projecto de um Terminal junto ao Cais do Cavaco. Projecto esse que é retratado na imagem que ilustra este post. Não vou falar do projecto em si, o que não é para aqui chamado, apenas da sua localização e uso no local que se encontra previsto.

Compreende-se a necessidade de alocar um espaço adequado como Terminal de passageiros às embarcações que servem o Turismo, não apenas para ingresso dos passageiros porque para isso o actual local seria suficiente, mas principalmente para o resto das operações necessárias às embarcações. A este respeito haverá que perceber que é necessário abastecer e tratar os barcos, com os mais diversos equipamentos: Alimentos, Rouparia, limpeza, Manutenção geral desde picheleiros aos electricistas e carpinteiros, até à manutenção de sistemas, motores e outros, não esquecendo naturalmente os combustíveis. Enfim uma panóplia de operações constantes.

Agora olhemos para a localização proposta e pensemos na movimentação que tais operações trazem para o cais previsto, ao qual teremos que acrescentar a chegada e partida de passageiros, o que deve significar de 4 a 8 camionetas de passageiros em simultâneo. Qualquer pessoa de bom senso olha para as infraestruturas existentes, desde os calibres das ruas envolventes e dos seus acessos, mais a completa ausência de estacionamento e o que é que conclui?  É este o Local indicado? Claro que não.

E se acrescentar o facto de que o Terminal se encontrar localizado na zona mais estreita do rio, também tem qualquer sentido? Não.

Vem isto a propósito da notícia hoje divulgada, cujo link aqui associo, de que os moradores do edifício mesmo em frente a quem este Terminal mal-educadamente se coloca à frente, estão a tentar impugnar a decisão juridicamente.  Mas os argumentos é que quanto a mim pecam por defeito. As principais razões deveriam ser as que acima expus e não o facto de que lhes tira a vista.

Coisa do NORTE.

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